SAPATOS BRANCOS -
NÚCLEO LUIS FERRON
Projeto aprovado pelo IV Edital de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo 2008
Produção: RADAR CULTURAL Gestão e Projetos
Direção de produção: Solange Borelli
Elenco: Luis Ferron, Tony Siqueira, Zélia de Oliveira, Mestre André, Mestre Ednei, Jorge Nascimento, Maurici Brasil.
Temporada realizada durante o ano de 2008 e 2009 totalizando 24 apresentações nos mais diversos espaços cênicos da cidade de São Paulo.
O Núcleo
parte essencialmente das experiências estéticas do artista da Dança Cênica
Paulistana e Artista Educador LUIS FERRON, e mantém sua linha de pesquisa
focada em abordagens e técnicas destinadas a singularidades corporais inseridas
na criação. Com sede instável na cidade de São Paulo, tem como característica
principal a transição entre espaços culturais, alimentando-se do novo em lócus.
Periferia – Centro – Periferia.
Desenvolve tanto pesquisas da origem, tradição e transformação do
carnaval paulistano, quanto a dramaturgia corporal de artistas-cidadãos da
Terceira Idade. Envereda também por outros projetos de criação e difusão da
dança cênica desenvolvendo criações coreográficas que interagem com diversos
núcleos e artistas independentes.
Acumula em
seu currículo diversos prêmios tais como: Prêmio RUMOS DANÇA ITAÚ CULTURAL/
edição 2006-2007 para o desenvolvimento de uma pesquisa que culminou na
produção da obra Desmundos – Diálogos 1
, Prêmio APCA – 2009 categoria concepção pelo espetáculo SAPATOS BRANCOS e o prêmio Bravo!
Bradesco Prime de cultura 2010 de melhor
espetáculo SAPATOS BRANCOS. O Núcleo também foi contemplado em editais que
possibilitam um aporte financeiro para pesquisa, criação e circulação de
espetáculos de dança tais como: SESI DANÇA – 3ª edição/2007, PROAC Circulação
2008, IV, VI e X Edital de Fomento à dança para a cidade de São Paulo, dentre
outros.
Luis Ferron, junto com Tony Siqueira, assume a denominação de núcleo
artístico em 2007 no sentido de situar uma forma de organização coletiva que
respondesse ao seu modo de produção artística. Uma companhia de dança
desenhada aos modos tradicionais de organização coletiva não traria sentido
para este artista que se revela inquieto frente a cada nova temática pesquisada
e mais inquieto ainda perante a escolha do novo elenco – artistas parceiros que
possuam perfil necessário para a nova criação. Foi o ocorrido com Desmundos
– Rumos Dança Itaú Cultural 2006/2007, a qual exigia como principal
elemento dramatúrgico, corpos com deficiência motora. Ocorrido também com o
espetáculo Sapatos Brancos no qual traz em seu elenco nativos das
escolas de samba paulistanas.
Juntando bailarinos aos Mestres Salas André e Ednei Mariano, mais a porta bandeira Zélia de Oliveira, pôs em cena muitas das inquietações sobre o corpo híbrido que experimenta a dança de raiz, a encruzilhada das trocas, as esquinas da malemolência, fazendo da dança negra sua sobrevivência no linóleo. Ali, os corpos se amparam, se erguem, segurando com maestria o estandarte da inovação.
(Carlinhos Santos - jornalista e autor da coluna 3por4 no Jornal Pioneiro, de Caxias do Sul)
Juntando bailarinos aos Mestres Salas André e Ednei Mariano, mais a porta bandeira Zélia de Oliveira, pôs em cena muitas das inquietações sobre o corpo híbrido que experimenta a dança de raiz, a encruzilhada das trocas, as esquinas da malemolência, fazendo da dança negra sua sobrevivência no linóleo. Ali, os corpos se amparam, se erguem, segurando com maestria o estandarte da inovação.
(Carlinhos Santos - jornalista e autor da coluna 3por4 no Jornal Pioneiro, de Caxias do Sul)
Ferron busca em cada parceiro artista uma história além da corporeidade
treinada para a cena, uma corporeidade histórico-cultural que traga algo além
do gesto e potencialize a criação a partir das singularidades e seus
ineditismos. É a partir deste modo de compreender a composição – elenco e
temática, que surge a necessidade de repensar maneiras de organizar um coletivo
no sentido de agregar artistas com maiores possibilidades de variáveis
dialógicas, signos dramatúrgicos, junto ao novo assunto tratado. Obviamente a
questão sustentabilidade financeira também contribui para esse tipo de
organização.
Talvez este seja o formato que venha
caracterizar este Núcleo, e quem sabe uma futura companhia de dança, a partir
do histórico singular dos artistas parceiros com potência coerentemente
plausível ao assunto tratado em tempo e espaço.
SAPATOS BRANCOS representa um marco na trajetória do Núcleo, um marco também na consolidação da sua identidade poética. A pesquisa cênica-coreográfica trouxe elementos dramatúrgicos únicos e espetaculares. Ao investigar temas e questões que envolvem tradições pertinentes ao carnaval paulistano, as suas escolas de samba e especialmente o ritual presente na dança do Mestre Sala e Porta Bandeira, explorando também a riqueza do seu gestual, desvela significados desse ritual, transitando por onde todas as culturas se comungam, onde gerações, crenças e etnias se misturam, na diversidade cultural numa das maiores festas populares do mundo: o carnaval.
‘As ações pontuais fizeram emergir uma consciência e um novo olhar sobre o cotidiano, unificado pela cor de suas identidades Ao falar sobre a necessidade de ser poroso, absorvendo as informações trazidas pelos sambistas reunidos no espetáculo Sapatos Brancos, apresentado no Ginásio Tancredo Neves (o popular Sabiazinho), o coreógrafo Luis Ferron deu uma das chaves para o entendimento das potencialidades dos encontros e fóruns pedagógicos do Festival do Triângulo. Ao botar foco em diferentes situações e questões em torno das identidades do corpo negro, falando de matrizes, deslocamentos e apropriações, tramam-se novas redes de ação. No reconhecimento do outro e de suas realidades, cada indivíduo ou grupo se apropria de novas informações, redimensionando sua prática artística e social. As trocas, as contaminações, a noção de que não existem fronteiras entre as diferentes facetas da realidade dos afro-descendentes, reorganiza o movimento de cada grupo, fortalecendo suas práticas cotidianas. O periférico vira questão central, tecendo uma rede de emergências. E é também a partir delas que as identidades dos corpos negros serão fortalecidas, invertendo a lógica da exclusão.’
(Carlinhos Santos - jornalista e autor da coluna 3 por4 no Jornal Pioneiro, de Caxias do Sul - texto apresentado no 22o Festival de Dança do Triangulo 2010)
O Núcleo
tem divulgado seus trabalhos no estado de São Paulo em diversos espaços cênicos
convencionais ou alternativos, dentre os quais se destacam: Teatros do SESI nos
municípios de Sorocaba, Rio Claro, Birigui, Araraquara, Franca, Itapetininga, Escola de Samba VAI VAI, Grêmio Recreativo e Cultural
Escola de Samba Unidos de São Lucas, Grêmio Recreativo Escola de Samba Camisa
Verde e Branco, Sociedade Rosas de Ouro, Galeria Olido, Ceu Rosa da China, Ceu
São Rafael, Escola de Samba Barroca Zona Sul, Arsenal da Esperança, Centro
Cultural São Paulo, Escola de
Samba Acadêmicos do Tucuruvi – AMESPBBESP, CEU Aricanduva, CEU Curuça, CEU Azul
da Cor do Mar, CEU Pera Marmelo, CEU Água Azul, Aldeia Krukutu, CCJ – Centro
Cultural da Juventude, Parque da Água Branca, Associação Cultural Monte Azul,
Teatro de Dança, Sacolão das Artes, Espaço Ninho Sansacroma, Sesc Santo André,
dentre outros.
Sapatos
Brancos, espetáculo concebido pelo
coreógrafo Luis Ferron, de São Paulo, foi eleito o melhor espetáculo do ano
pelo prêmio Bravo! Bradesco Prime de
Cultura, promovido anualmente pela revista Bravo!, da Editora Abril.
Foi a bailarina e coreógrafa Sônia Mota, atual diretora artística da Cia. de Dança Palácio das Artes, de Belo Horizonte, quem entregou o troféu para Ferron, em evento ocorrido em 25/10/2010 na Sala São Paulo, com apresentação do ator Lázaro Ramos.
Foi a bailarina e coreógrafa Sônia Mota, atual diretora artística da Cia. de Dança Palácio das Artes, de Belo Horizonte, quem entregou o troféu para Ferron, em evento ocorrido em 25/10/2010 na Sala São Paulo, com apresentação do ator Lázaro Ramos.
O Prêmio Bravo! reconhece os
melhores da produção cultural do Brasil nas áreas de literatura, artes plásticas,
cinema, música, teatro e dança. O júri de dança desta sexta edição do prêmio
reuniu Ana Teixeira, artista e pesquisadora, o coreógrafo Sandro Borelli e a
jornalista Ana Francisca Ponzio, editora do Conectedance. Luis Ferron
foi escolhido entre três finalistas, que incluíram as coreógrafas Lia
Rodrigues, do Rio de Janeiro (pelo espetáculo Pororoca) e Marta Soares, de São Paulo (por Vestígios).
Sapatos Brancos é um dos bons
resultados da lei de Fomento à Dança, da Secretaria Municipal de Cultura de São
Paulo, que proporcionou a produção do espetáculo. Esta criação de Ferron
investiga temas e questões que envolvem as tradições do carnaval paulistano,
suas escolas de samba e especialmente o ritual do mestre-sala e da porta-bandeira. Explorando a riqueza desta
cultura, ele conseguiu produzir uma obra livre de clichês, cujo elenco inclui
um casal de autênticos sambistas.
Ana Francisca Ponzio - conectedance.com.br/materia
Ana Francisca Ponzio - conectedance.com.br/materia
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