NÚCLEO MARCOS MORAES
Projeto aprovado pelo 4º Edital de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo
Produção RADAR CULTURAL- Gestão e Projetos
O Núcleo Artístico Marcos Moraes está em
cartaz com Jogos Casuais no Teatro Coletivo Fábrica, em São Paulo. Além
de assinar concepção e direção, Moraes atua ao lado das intérpretes-criadoras
Soraya Sabino e Teresa de Toledo. Real e virtual se misturam na montagem, que
explora o universo dos jogos eletrônicos e da internet. O diretor explica que a
montagem não é dirigida exclusivamente para jovens. “É para todo tipo de
público, até para crianças. Temos duas sessões fechadas para
escolas.”
“Investigar a relação das pessoas através das mídias”, conta
Moraes, é a intenção. A pesquisa partiu da idéia de jogar, o que inclui o
chamado jogo social. “Começamos a pensar em paralelos na cidade de São Paulo e
chegamos à saturação da informação e à aceleração do tempo e, então, aos jogos
eletrônicos e à internet”, diz.
A fim de tornar mais clara a relação
entre real e virtual, o espetáculo utiliza o recurso do vídeo – há momentos em
que os intérpretes-criadores interagem com ele. “A relação com o computador foi
a disparadora da pesquisa de movimento. A construção cênica foi pensada a partir
da fragmentação e da velocidade do computador. Há algumas distorções visuais que
criam um espaço que reproduz algo da tela do computador, mas não de maneira
direta”, relata o diretor.
“Sem entregar respostas porque elas são
diferentes para cada um ou sequer existem”, diz Moraes, Jogos Casuais
lida com a organização da sociedade contemporânea e especula sobre “como as
pessoas mantêm a consciência dentro do âmbito social.” “Há uma tendência
alienante no sentido da redução da pessoa em uma coisa só: consumidor.” O
espetáculo discute a influência do “bombardeio de informações” e questiona “até
onde há autonomia quanto às escolhas pessoais, o que tem a ver com a construção
do espaço da consciência”.
O diretor investe na perspectiva crítica:
“Colocamos questões para o público construir significados. Queremos que algo se
transforme nas pessoas, que elas percebam que somos sujeitos da nossa vida. Mas
esse discurso não é explícito. O público completa o diálogo, expande
sentidos”.
Teatro Coletivo Fábrica. Rua da
Consolação, 1.623, São Paulo, SP. Fone (11) 3255-5922. Sextas e sábados, às
21h30, e domingos, às 20h. R$ 15. Até 7/12.
Escrito por Mauro Fernando 28/11/2008 (Blog ROTUNDA)
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